Nosso último dia na Islândia começou literalmente a meia noite em Akureyri. Em uma experiência pra dizer no mínimo “diferente”, partimos do Apotek Guesthouse para caminhar os poucos metros que nos separavam até Akureykirkja, a bela catedral luterana da cidade.
Visitar catedrais sempre é um dos meus programas preferidos, e o especial desta vez foi que Akureykirkja nos brindou com o sinos da meia noite, sem que houvesse noite! Estava nublado, mas uma sensação difícil de explicar tomou conta da gente. O frio ajudou a potencializar aquele cenário impressionante.
Algumas horas depois, acordamos cedo para arrumar as coisas, fazer o checkout do hotel e pegar a estrada. 425 quilômetros pela Ring Road até o Aeroporto de Keflavik, de onde partiria nosso vôo. Akureyri é uma linda cidade, sem prédios altos, sem stress, a beira de um fiorde e encravada nas montanhas, que vai deixar muita saudade. Quem sabe um dia a gente retorna, dessa vez para caçar a aurora boreal? Afinal, Akureyri é um excelente ponto para avistar esse fenômeno!

O tempo estimado para a viagem era de 5 horas, mas acabamos fazendo no dobro do tempo, em 10 horas, de tantas paradas que fizemos pelo caminho. Porque a Islândia é assim, há belezas naturais como penhascos, correntezas, montanhas, fauna e flora exuberante por todos os lados, e tudo que temos que fazer é parar o carro e apreciar cada momento.


Depois de algumas paradas aleatórias, chegamos a nossa primeira parada programada para o trajeto. A Cratera Grabrok, que fica na cidade de Bifrost, a apenas 100 quilômetros da capital Reykjavik, bem na margem da Ring Road. Devido a essa proximidade, durante o dia diversos ônibus trazem os turistas em passeios. O acesso ao topo da cratera é por uma escada bem estruturada, e a atração também conta com o apoio de um restaurante.
Geologicamente falando, essa cratera é mais um exemplo de como a paisagem da Islândia muda a cada dia. Ela foi formada por uma erupção fissural há cerca de 3 mil anos e atualmente não há atividade vulcânica. São apenas 170 metros de altura até o topo, onde podemos avistar a cratera irmã Grabrokarfell. Nessa visita, tivemos mais uma aula de Islândia. Fazia sol quando estacionamos o carro, mas no topo da cratera, uma ventania fortíssima, que quase levou minha câmera!


Seguindo pela R1, um pequeno desvio de 18 quilômetros nos levou até Deildartunguhver, a mais poderosa fonte geotérmica de água da Europa. Os números aqui impressionam, a fonte é usada para produzir energia elétrica abastecendo um raio de 65 quilômetros! E conseguimos ver uma pequena amostra dessa força, uma pequena fonte de água pulsa da terra, assumindo diversas formas, mais um incrível fenômeno da natureza desse país espetacular.

Continuando pela Ring Road, chegamos até Borgarnes, uma linda pequena cidade de menos de 2.000 habitantes, que fica a beira de um Fiorde. Aqui também não há nenhuma grande atração catalogada, mas, como nunca é demais enfatizar, a Islândia é um país incrível cheio de supresas para serem exploradas a cada instante.
Tudo que temos que fazer é parar o carro e relaxar. O resto é puro deleite.

Infelizmente já estava chegando o fim da viagem, devolvemos o carro alugado e fomos pro Aeroporto. Despachamos a mala e já era quase meia-noite, quando percebi aquele solzão lá fora. E ainda deu tempo de se despedir dele, o sol da meia-noite, que estava reluzente para nos dizer “até logo”.
